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domingo, 17 de janeiro de 2010

Carta Aberta aos estudantes de C. Sociais

Nós do Movimento A Plenos Pulmões e do Pão Rosas que estamos construindo junto com companheiros independentes de nosso curso a chapa Ekóabok para gestão 2010 do CAFF, queremos aqui, abrir um debate com o conjunto dos estudantes de Ciências Sociais em questões que para nós são fundamentais de serem discutidas e colocadas na construção de um programa, expressamos aqui uma posição, sobretudo nossa, que começamos a debater com o conjunto da chapa, mas que ainda não chegamos a uma síntese suficiente para expormos como um programa de todos, partindo de uma posição democrática que as diferenças de concepção e posicionamentos diferentes, sejam apresentados a todos.
Para nós é fundamental partir dos elementos que compõem a nossa realidade social, e ligarmos a UNESP e nosso curso frente eles, como forma de conseguir estabelecer mais clara e precisamente nossas posições, e assim, estabelecer um dialogo aberto e sincero com os estudantes.
Primeiro colocar que precisamos partir de refletir as políticas colocadas para educação desde o Prouni e Reuni do governo federal (Lula), aos vários movimentos pensados pelo governo estadual (Serra) para adequar o ensino superior ao interesses dos empresários.
Poderíamos simplesmente nos perguntar “o que temos a ver com isso?”, e a resposta é bem simples, esses planos afetam diretamente a UNESP, que não está isenta de tais transformações, menos ainda o nosso curso. Desde a expansão de vagas, passando pelos decretos de 2007 e os recentes PDI e Univesp no último ano, foi se configurando varias mudanças na UNESP, onde atua em um sentido muito parecido com as reformas federais de Lula, Serra a seu modo expandiu as vagas da UNESP, mas manteve o orçamento da universidade igual, em 2007 inverteu o principio educativo, colocando claramente que as universidades estaduais deveriam se voltar fundamentalmente para produções operacionais, ou seja, que atendam a interesses materiais diretos (pesquisas de cunho tecnológico), não da população, mas das empresas através de suas parcerias, e visto os entraves postos pelo movimento estudantil recuou para em 2008 aparecer com uma cartada mestra, o PDI, plano que trata exclusivamente da UNESP, na qual se aprofunda as questões referentes às PPPs (Parcerias Púbico Privado), além de planejar uma reestruturação nos cursos, de forma a responder ao problema de falta de professores, por exemplo, propondo a união de mesmos cursos, ou seja, o fechamento de cursos. E isso poderia ser feito na medida que o governo propões um ensino de “alta capacidade de excelência” através do EAD (Ensino a distância) pela Univesp que tem seu vestibular marcado para dezembro.
Basta olharmos para nosso curso e vermos uma reestruturação imposta pelo MEC que aumentou absurdamente a carga de estágio e práticas sem sentidos como os AACC, em contra partida retirando várias disciplinas de nosso curso como, Economia, História e Filosofia, com um fim claro de transformar nosso curso em um bolsão de formação de professores, enquanto se investe em cursos que trazem retorno financeiro (para as empresas) como as engenharias.
E nesse momento de crise do capitalismo, em que as contradições tendem a se aprofundar na sociedade, assim como, dentro da universidade e coloca a possibilidade real de mais ataques à educação. Para nós é fundamental que os estudantes frente a esse cenário lutem para combater essas políticas privatizantes desses governos e contra esse regime de exploração que se sustenta pela lógica do lucro a qualquer custo para poucos, que não estão interessados em melhorar a educação, mas manter os lucros das empresas, e que vão tentar a todo custo fazer com que o ônus dessa crise seja pago pela juventude e trabalhadores.
É fundamental que o movimento estudantil dê uma resposta frente a tantos ataques, porém ela não pode vir apenas através da negação das políticas impostas, mas por um programa que responda de fato aos problemas da educação e da universidade, estabelecendo uma aliança com os trabalhadores e o povo que sustentam a universidade, mas que nem eles, nem seus filhos têm acesso a um ensino superior público e de qualidade. Nessa perspectiva é preciso que cada luta por nossas demandas mais mínimas levem ao questionamento do caráter da universidade, buscando uma aliança com os trabalhadores por uma luta pela estatização das universidades privadas, combinado com o fim do vestibular para que todos tenham direito ao acesso, e pôr fim à estrutura de poder arcaica da universidade, onde a minoria de professores decide tudo que será colocado para as universidades em contribuição direta para com os governos, pois não a toa é o Governador quem escolhe os reitores, substituindo esse regime antidemocrático, por um em que todos tenham peso igual de voz e voto, que as decisões sejam tomadas por fóruns democráticos, e não por um REItor iluminado por seus diretores, que quando os estudantes se mobilizam mandam a polícia como forma de diálogo, seja na USP e Unesp de Prudente esse ano, ou em Araraquara em 2007.
Por sabermos que a repressão é sempre a resposta às nossas lutas, nos colocamos enquanto defesa incondicional dos estudantes e trabalhadores, assim como do conjunto dos movimentos sociais que se colocam em lutas por suas demandas democráticas e são perseguidos, pela polícia, governos e pela mídia, como podemos ver na ofensiva que se deu contra o MST, e contra o Sintusp. Basta de repressão aos trabalhadores e suas formas de organização! Basta de repressão aos movimentos sociais!
Acreditamos que a organização dos estudantes é fundamental, por isso é importante construir espaços verdadeiramente democráticos, onde o conjunto dos estudantes possa se fazer ouvido e representado. Acreditamos ser fundamental a organização de debates e assembléias abertas que todos possam se expressar. E em momentos em que os estudantes tomem a dianteira, que se leve a discussão para dentro das salas de aula de maneira que ela fique cada vez mais viva; nesse sentido pensamos na construção de um corpo de delegados desde as salas de aula, como forma a expressar a discussão no conjunto dos estudantes. Por fim colocamos que a união entre os estudantes se faz necessária, então propomos a construção de encontros estaduais de universidades públicas, privadas e secundaristas que possibilitem estruturar uma organização de todos.

Por um movimento estudantil verdadeiramente Democrático!

Pelo fim da perseguição aos estudantes e lutadores!

Pelo fim do monopólios de ensino! Estatização das universidades privadas!

Contra o vestibular! Ensino para todos!

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