EKóabok quer dizer “ mudar o modo de ser” em Tupi. É exatamente o que nos propomos, mudar toda a relação existente entre os estudantes, como do próprio CAFF, na perspectiva da construção de um Movimento Estudantil diferente, que se proponha a debater com o conjunto dos estudantes. Queremos superar essa forma de relação burocrática do CAFF que tem se dado até então – tanto enquanto intermediário entre os estudantes e a direção e demais instâncias da universidade; assim como no isolamento do CA frente aos estudantes.
Um CAFF que pense e debata nosso curso
Partindo assim de repensar a utilização do CA, como uma entidade que traga o máximo de informação possível, com boletins, organizando reuniões, para, por exemplo, esclarecer as mudanças feitas nos últimos anos com a Reestruturação de 2006, e as demais questões que se desenvolveram desde então onde por diversos fatores, muitos de nós não estamos nem mesmo informados. Para nós é fundamental que os estudantes possam debater sobre o currículo do curso, assim como queremos possibilitar uma visão mais ampla desse processo estabelecendo um intercambio com os demais cursos de Ciências Sociais das universidades estaduais, da USP, UNICAMP, e o campus de Marília, como também das federais e privadas.
Reaproveitar os espaços, possibilitar a integração
Queremos ser um CA que possibilite outros espaços de relação, organizando diversas atividades acadêmicas, como mini cursos, grupos de estudos, palestras, mesas com professores e estudantes, de modo a assim possibilitar que tenhamos mais oportunidades para debatermos, e contato com conteúdos que não temos acesso durante a graduação. Também achamos fundamental que o CAFF organize atividades culturais, festas – onde as bandas e grupos musicais dos estudantes possam se apresentar, oficinas variadas (de acordo com as propostas feitas pelos próprios estudantes), além de tentarmos retomar o projeto de Capoeira. Tudo isso sendo realizado no campus, como forma de facilitar a integração entre o conjunto dos estudantes, onde todos possam se reunir, mesmo estudantes secundaristas e universitários de fora da FCL. Para isso pensamos ser fundamental compor todas essas atividades em parceria com os demais CAs.
Um CA democrático que discuta com todos e milite
É fundamental, junto a todas as propostas que levantamos acima, que o CAFF abra e debata com os estudantes todas as discussões políticas relacionadas ao nosso curso, à UNESP, e questões que extrapolem os muros da universidade, pois entendemos que os estudantes, enquanto agentes – principalmente em um curso de Ciências Sociais – não podem relegar esse papel importantíssimo. Superando as limitações das últimas gestões que, por diversos fatores, não estiveram presente nos problemas enfrentados pelos estudantes, construindo as discussões, como na questão das matriculas no primeiro semestre, a reforma da Moradia, e de construir o debate do PDI e da UNIVESP, que foram construídos por fora do CA, e por campanhas nos campi da UNESP assim como da USP e UNICAMP.
Dessa forma nos propomos a construir um Movimento Estudantil que seja democrático, ou seja, que as discussões cheguem nas salas de aula, e os estudantes consigam realmente se fazerem ouvidos e representados.
Bolsa e Permanência estudantil
A defesa da permanência estudantil plena, para os estudantes que não tem condições financeiras de permanecerem na Universidade, é fundamental, pois muitos alunos que passam no vestibular, não vêm para a Universidade ou abandonam o curso devido à insuficiência de bolsas. Colocando a necessidade de que as bolsas distribuídas garantam a permanência de todos, e que tenham caráter estritamente acadêmicos, e não como bolsas trabalho (BAAE III) que vem no sentido de suprir a não contratação de funcionários dos diversos setores da faculdade.
Terceirização
O próprio caráter da Bolsa BAAE III estabelece uma relação direta com a terceirização, assim como expusemos acima. Além disso, os demais setores da Universidade como limpeza, segurança e o Restaurante Universitário (bandejão) são parcial ou totalmente terceirizados. Esses trabalhadores não têm as mesmas condições que os efetivos, assumindo uma posição precarizada, assim como os estudantes com Bolsa BAAE III. Combinando a luta pelo o fim da bolsa BAAE III por BAAE I (que tem caráter acadêmico), com a efetivação dos trabalhadores terceirizados.
PDI e UNIVESP
Nos comprometemos a retomar a discussão do PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) e da UNIVESP (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), aprovados pela Reitoria e o Conselho Universitário para UNESP no início desse ano, que trarão uma série de mudanças no interior de nossa universidade e em longo prazo nos próprios cursos, como, por exemplo, a possibilidade de fechamento de um curso em um determinado campi, para sua concentração onde também já existe, ou pelo aumento de vagas oferecidas pela UNIVESP, ou seja, por ensino a distância, onde essa proposta tem seu principal foco sobre cursos de formação de professores, como Pedagogia, Letras, Sociais, Matemática, entre muitos outros. Para nós é fundamental nos incorporarmos a esse debate e a luta que está sendo dada pelo conjunto dos estudantes da UNESP, USP e UNICAMP, como expusemos acima.
E porque isso está acontecendo na UNESP
A precarização do ensino que se estrutura na UNESP, através de todas as questões por nós já colocadas, bem como no pagamento por documentos, a falta de professores, o aumento do Xerox e do Bandejão, assim como a restrição da utilização dos espaços do campus, como o fechamento do mesmo aos finais de semana.
Isso ocorre porque a forma como está organizada as instituições de deliberação da universidade (Congregação, Direção, Conselho Universitário e Reitoria), são mantidas por um grupo restrito e privilegiado de professores, que decidem sobre tudo que ocorre dentro da universidade, se utilizando dos mecanismos existentes, como a proporção de representação (70% para professores, 15% para funcionários e 15% estudantes), assim como para eleição do reitor onde apenas professores titulares (que são uma ínfima minoria dos mesmos) podem se candidatar.
O papel da mulher na Universidade
Nos últimos tempos tem ficado cada vez mais clara a opressão que a mulher sofre nas Universidades, ocupando os postos de trabalho mais precarizados (terceirizadas da limpeza e trabalhadoras do RU). Muitas vezes não inseridas nos conteúdos acadêmicos e, sujeitas aos ataques diretos de machismo, como os assédios sexuais ocorridos na Unesp de Araraquara e de Rio Claro, a resposta dada a esses casos são semelhantes a que foi dada ao caso da Uniban, como visto recentemente, em que as direções tentaram abafar o caso o máximo possível e não punindo os agressores, em alguns casos a punição foi para as atingidas. E o machismo é naturalizado através de relações sociais estabelecidas dentro da rotina estudantil, a exemplo de festas com conotações machistas. Precisamos trazer essa discussão para o campus, de forma a combater o machismo dentro e fora da Universidade.
Um Desafio
Sabemos das dificuldades e das limitações de nossa ação, ainda mais nesse contexto, mas acreditamos ser indispensável elaborar e estabelecer o debate e a união entre os estudante, professores e trabalhadores da UNESP, como das demais Universidades públicas e privadas, com intuito de construir uma organização junto aos interesses da população, na perspectiva de uma transformação da Universidade.
Como diriam os estudantes do maio de 68:
“Sejamos realistas, peçamos o impossível!”
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